Introdução
A hiperidrose é a produção de suor em quantidades que superam grandemente as necessidades corporais para regulação da temperatura.
Suor em excesso de forma resumida.
Esta condição pode manifestar-se em qualquer parte do corpo, sendo mais comum em áreas como palmas das mãos, solas dos pés, axilas e rosto.
Qual o Médico que trata Hiperidrose?
O cirurgião torácico é o médico com formação no tratamento cirúrgico da hiperidrose. A depender do tratamento pode ser necessária a avaliação de um dermatologista.
Dr. Alberto Dela Vega é cirurgião torácico com experiência na avaliação clinica e no tratamento da hiperidrose.
- Formado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP).
- Formação em cirurgia torácica pela USP.
- 12 anos de experiência em Cirurgia Torácica.
- Experiente no tratamento da hiperidrose.
Além do óbvio desconforto físico, a hiperidrose pode acarretar significativas consequências psicológicas, afetando a autoestima, as interações sociais e, consequentemente, a qualidade de vida do indivíduo.
Pacientes com hiperidrose palmar podem enfrentar dificuldades em cumprimentar pessoas, escrever em papel por períodos prolongados, cozinhar ou servir pratos. Em alguns casos, a possibilidade de um simples perto de mão pode levar a muita ansiedade.
Uma descrição mais precisa desta doença poderia ser a de um suor tão excessivo que interfere de maneira significativa nas relações de trabalho e sociais.
Porém, estima-se que menos de metade dos indivíduos com hiperidrose buscam aconselhamento médico a respeito de sua condição.
Uma avaliação cuidadosa dos sintomas e da história do paciente é fundamental na escolha do melhor tratamento.
foto por BarbaraBonanno em pixabay.com
Causas e tipos de hiperidrose
A hiperidrose é categorizada em dois tipos:
- Primária
- Secundária
A forma primária:
Representa cerca de 90% dos casos, pode afetar diferentes partes do corpo, sendo mais comum em axilas, mãos, pés e rosto, sem uma causa específica identificada.
Nestes casos, suor excessivo está mais associado a uma atividade anormal do sistema nervoso autônomo, mediada pelo neurotransmissor acetilcolina, do que a um problema nas glândulas sudoríparas.
Geralmente, manifesta-se de forma mais localizada e pode começar na infância ou adolescência.
Hiperidrose secundária:
Resulta de outras doenças ou condições de saúde ou do uso de certos medicamentos, como antidepressivos e hipoglicemiantes, podendo afetar o corpo inteiro e manifestar-se mais tarde na vida.
Como saber se tenho hiperidrose?
O diagnóstico da hiperidrose baseia-se numa avaliação detalhada da história clínica do paciente e num exame físico.
É crucial diferenciar entre hiperidrose primária e secundária, pois isso influencia a estratégia de tratamento.
O diagnóstico fundamenta-se principalmente nos relatos do paciente sobre desconforto, constrangimento ou dificuldades sociais ou profissionais causadas pelo suor excessivo.
O exame físico é importante para diagnosticar doenças que podem levar à hiperidrose secundária. Em casos de hiperidrose primária, pode-se observar o suor excessivo, especialmente nas mãos.
Como posso tratar a hiperidrose?
Como a causa exata da hiperidrose primária é desconhecida, não existe um tratamento único para esta condição. A decisão sobre como tratar depende principalmente da intensidade do suor, da sua localização e da disposição do paciente para se submeter a procedimentos invasivos.
As opções de tratamento incluem:
- Cirurgia -Simpatectomia torácica bilateral
- Soluções tópicas, como antitranspirantes contendo cloreto de alumínio.
- Medicamentos orais (anticolinérgicos): Têm se mostrado eficaz na redução do suor. O principal efeito colateral é a boca seca, presente em 75% dos pacientes
- Toxina botulínica: Bloqueia a liberação de acetilcolina localmente, impedindo a função desse neurotransmissor. A aplicação é feita diretamente na área afetada e os efeitos duram de 6 a 9 meses
- Terapia iontoforética: Processo de passagem de uma substância ionizada, geralmente água, através da pele pela aplicação de uma corrente elétrica direta, cujo mecanismo de ação ainda é parcialmente desconhecido.
Tratamento cirúrgico – simpatectomia torácica bilateral:
Procedimento que consiste na secção da cadeia simpática torácica de ambos os lados, sendo ideal para casos de hiperidrose palmar e axilar. A cadeia simpática é uma cadeia de nervos que percorre a parte interna da parede do tórax ( em cima das costelas)
A cirurgia é minimamente invasiva, realizada através de videotoracoscopia, com recuperação pós-operatória geralmente rápida e de baixo risco. Somente duas Incisões de cada lado do tórax são suficientes para a cirurgia. Com uma câmera de 5mm, o cirurgião consegue identificar a cadeia simpática por dentro do tórax e com uma pinça específica, consegue cortar essa cadeia de nervos.
O efeito da cirurgia é imediato, resolvendo o suor na maioria dos casos.
No entanto, nos casos de hiperidrose plantar, a cadeia simpática é mais difícil de acessar, o que pode aumentar os riscos e dificultar a resolução do problema, sendo essa cirurgia muitas vezes conduzida por um cirurgião vascular.
Um efeito adverso conhecido da cirurgia é o suor compensatório, que pode manifestar-se em até 70% dos pacientes.
Apesar de sua frequência, a intensidade desse efeito tende a ser leve e não impactar significativamente a qualidade de vida da maioria dos indivíduos submetidos ao procedimento.
O cirurgião torácico é o médico que está preparado para o tratamento cirúrgico da hiperidrose através da simpatectomia torácica bilateral.
Saiba mais sobre a atuação do Cirurgião Torácico
Hiperidrose e o Impacto Psicossocial
O impacto psicossocial da hiperidrose é substancial. A cirurgia e outros tratamentos podem melhorar muito a qualidade de vida dos paciente.
Muitos pacientes relatam sentir vergonha e constrangimento devido à sua condição, o que pode levar ao isolamento social, bem como a quadros de ansiedade e depressão. Muitos sofrem sem saber que há tratamento.
O apoio psicológico é uma parte crucial do manejo da hiperidrose, ajudando os pacientes a lidar com os aspectos emocionais relacionados à condição.
Buscar tratamento médico especializado é essencial tanto para a tranquilidade do paciente quanto para a apresentação das alternativas terapêuticas mais adequadas ao seu perfil e às características da sua doença.
Conclusão
Concluindo, a hiperidrose é uma condição desafiadora que exige uma abordagem de tratamento multifacetada.
Entender as opções de tratamento disponíveis e receber o devido suporte psicológico são passos importantes para ajudar os indivíduos afetados a superar as barreiras impostas pela condição, melhorando assim não apenas a sua saúde física, mas também o bem-estar emocional e social.